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2012 - Livro Vermelho 2013

Alstroemeria brasiliensis Spreng. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 29-08-2012

Criterio: B2ab(ii,iii,iv)

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Alstroemeria brasiliensis écaracterizada por ervas terrícolas, perenes, hermafroditas, sendo endêmica do Brasil.Ocorre nos Estados do Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais.Restrita ao bioma Cerrado, é registrada em Campos Cerrados a aproximadamente1.500 m de altitude. Apresenta AOO de 24 km² e suspeita-se que as subpopulações estejam severamente fragmentadas. Pouco representada em coleçõescientíficas, sua última coleta data de 1996, no município de Niquelândia,Goiás. A espécie encontra-se sob constante ameaça devido à intensa degradação dosolo, formação de pastagens com a introdução de gramíneas exóticas e, principalmente, à extração do níquel, havendo grande risco de extinção casonão seja criada uma unidade de conservação (SNUC) em sua área de ocorrência. São necessários investimentos empesquisa científica e esforços de coleta a fim de certificar da existência desubpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Alstroemeria brasiliensis Spreng.;

Família: Alstroemeriaceae

Sinônimos:

  • > Alstroemeria tigrina ;
  • > Alstroemeria zamioides ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Distribuição

Ocorre nos Estados de Mato Grosso e Goiás (Assis, 2010), a aproximadamente 1500 m de altitude (Biodiversitas, 2005).

Ecologia

Erva perene, com ocorrência em áreas campestres de Cerrado na Região Centro-Oeste; fértil de novembro a abril.

Ameaças

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Severidade high
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. Gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B.decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura) ameaçam diretamente o bioma onde a espécie ocorre (Klink; Machado, 2005).

1.1.4 Livestock
Severidade high
Detalhes A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados. Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1.3.1 Mining
Incidência local
Severidade very high
Detalhes A espécie ocorre em área explorada para extração de níquel e corre risco de extinção caso não seja criada uma unidade de conservação na área (Filgueiras et al., 2001).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Citada no Anexo II da Lista de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção do Brasil (MMA, 2008) e na Lista da Biodiversitas de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção na categoria "Vulnerável" (VU) (Biodiversitas, 2005).

Referências

- ASSIS, M. C. Alstroemeriaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB004280>.

- BIODIVERSITAS. Lista da flora brasileira ameaçada de extinção, 2005.

- KLINK, C. A. MACHADO, R. B. A conservação do cerrado brasileiro, Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- FILGUEIRAS, T. D. S.; MORRONE, O.; ZULOAGA, F. O. Paspalum burmanii (Poaceae: Paniceae), a New Species from Central Brazil, Novon, v.11, p.36-39, 2001.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- Base de dados do Centro de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

Como citar

CNCFlora. Alstroemeria brasiliensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Alstroemeria brasiliensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 29/08/2012 - 16:43:12